quinta-feira, 19 de maio de 2011

Uma questão de princípios


Esses dias recebi um email interessante falando sobre valores, falando sobre lições que poderiamos aprender com os japoneses após os tremores de terra e tsunami. Vou reproduzir aqui as "lições japonesas":

A Calma
Nem um único sinal de pânico. A tristeza foi crescendo, mas a atitude positiva manteve-se.

A Dignidade
Foram feitas longas filas para a água e mantimentos. Nem uma palavra áspera ou gesto bruto.

A Capacidade
Arquitetura incrível e engenharia irrepreensível. Os edifícios oscilaram, mas nenhum caiu.

O Civismo
As pessoas compravam somente o que precisavam para o presente, para que todos pudessem ter acesso aos bens.

A Ordem
Não houve saques nas lojas. Não houve buzinões nem ultrapassagens nas estradas. Apenas a compreensão pelo momento que todos passavam.

O Sacrifício
Cinquenta trabalhadores não foram evacuados das instalações da central nuclear para assegurarem que a água do mar fosse bombeada para os reatores.

A Ternura
Os restaurantes reduziram os preços. Uma ATM foi deixada sem segurança. Os fortes cuidavam dos fracos e a ajuda estava na rua em todos locais.

O Treino
Idosos e crianças sabiam exatamente o que fazer. E fizeram exatamente o que era pressuposto fazer.

A Comunicação Social
Os jornalistas mostraram dignidade e contenção no modo como reportaram as notícias. O sensacionalismo foi rejeitado.

A Consciência
Quando, numa loja, a energia elétrica falhou, as pessoas colocaram as coisas que tinham nas mãos nas prateleiras e saíram tranquilamente.

Achei esse texto muito interessante e mantive no meu computador, tanto que normalmente apago os emails que recebo (detesto a maioria das mensagens idiotas!). São lições bem válidas, que mostram de forma geral como os japoneses se portam.

Estou repassando estas lições porque estava alguns comentários sobre assuntos do dia (entre elas o assassinato de um aluno da USP). Vejo as críticas contra a PM, contra os políticos e tudo mais, e lá estava um comentário que falava até sobre coisas que já comentei aqui no blog.

Não adianta você cobrar mudança de alguém se você mesmo NÃO muda. Você deve dar exemplo se quiser que as pessoas façam aquilo que você diz. Palavras vazias não servem pra nada. Como costumo dizer, não me importo em seguir, se houver alguém digno a ser seguido.

Peguem o exemplo do Japão e passem pro Brasil. Quando acontece algum desastre do tipo, o que normalmente nós vemos? É o camarada que aproveita a situação para vender algo 10x mais caro, é outro que aproveita o caos pra saquear os locais desolados, é o pensamento "cada um por si e fodam-se os outros" da maioria do povo, é o sensacionalismo da mídia em geral...

Caramba, não é preciso ir muito longe! Eu ouvi histórias de São Luís do Paraitinga após as enchentes... de gente que não havia sido atingida mas ia todo tipo pegar mantimento dos outros e ainda se achava na razão, de MUITA coisa doada que foi desviada... gente que pegava uma geladeira nova e colocava a velha no lugar. Sério, tem histórias cabeludas mesmo.

Por essas e outras eu simplesmente não me preocupo com as coisas. Não tento mudar a cabeça do povo. Acho que isso está enraizado na maioria dos brasileiros. Deve ser algo genético mesmo. Não temos esse pensamento coletivo, de ajudar o próximo... é um querendo se aproveitar do outro, é o "jeitinho brasileiro", é a malandragem. Não é essa a imagem que vendem daqui?

Mudar isso é algo que parte de você! Não dá pra pensar "Não vou matar uma pessoa porque vou preso". Você deve pensar "Não vou matar uma pessoa porque é errado tirar a vida de alguém". As coisas acontecem no Brasil de forma a pensarem na primeira alternativa... somos educados dessa maneira, na maioria dos lares, nas escolas, pela televisão... e nossas instituições só confirmam tudo isso. Triste, não?

Blé... eu não quero fazer parte disso...

Um comentário:

  1. É amigo... lamentável! O caos aqui geraria/gera um pandemônio, enquanto lá lecionou-se humanidade ao mundo. Abraço!

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