segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Strike!

Acho engraçado as desculpas que as pessoas inventam para justificar determinados atos. Tava vendo a defesa do acusado de ter atropelado alguns ciclistas na noite de sexta em Porto Alegre e os argumentos são bem interessantes. Antes de mais nada, o vídeo:



Nada justificaria o ato de avançar o carro contra um bando de pessoas se a pessoa tivesse o mínimo de estabilidade mental. Ricardo Neis, o acusado, diz que fez isso para proteger o filho. Diz que os ciclistas estavam batendo no carro e, se ficasse ali, seria linchado, pois antes do atropelamento ele discutiu com os ciclistas e estava sendo agredido "violentamente".

Acredito que, se este fosse realmente o caso, seria mais fácil ele ter comunicado o ocorrido a polícia... que sua passagem estava sendo obstruída e que estava sendo ameaçado pelos ciclistas. Além disso, se o acusado é tão inocente como diz, por que abandonou o carro depois?

E tem mais uma coisa: algumas pessoas defendem Neis, dizendo que os ciclistas estavam errados. Mas eu duvido muito se o acusado fosse um favelado, com um carro caindo aos pedaços, alguém tomaria seu partido.

Não há desculpa pra algo do tipo. Caramba, há idosos e crianças no meio. O bancário estava com o filho de 15 anos no carro. Que exemplo ele pretende passar pro moleque? Isso é legítima defesa? O vidro do carro foi quebrado e em troca ele atropela pessoas que nem ao menos estavam envolvidas na discussão? Alguém esbarra em mim na rua e dou uma paulada na cabeça do camarada?

(tá, eu até faria isso, se fosse algo proposital...)

Acho foda como tratam um automóvel no país. Nas mãos de uma pessoa despreparada, um carro é uma arma. Diariamente há notícias de atropelamentos ou demais acidentes causados por irresponsáveis. Semana passada mesmo um bêbado caiu num córrego com o carro e uma criança acabou morrendo.

Engraçado como as coisas caminham no mundo. Não é apenas aqui no Brasil, você vê coisas do tipo o tempo todo na mídia internacional. Quanto mais evoluímos tecnologicamente, mais regredimos no trato social, no respeito ao próximo. E quanto mais vemos essas coisas na televisão, menos nos sensibilizamos. Acontece o tempo todo, ninguém é punido...

Estamos nos tornando máquinas.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O escorpião inocente


Estréia hoje o filme da Bruna Surfistinha, baseado no autobiografia da garota de programa mais famosa do Brasil. Tava lendo as críticas sobre o filme até agora e nenhuma foi muito impressionante.

Sejamos sinceros: o que levará boa parte das pessoas ao cinema é o fato de ver a Deborah Secco nua e toda putaria que eventualmente acontecerá durante a projeção. Uma norma do cinema brasileiro é: se não tem sexo, não é real. E muitos filmes usam isso como desculpa pra credibilidade. Assim, Bruna Surfistinha tem doses cavalares de "sedução".

Veja bem: eu não sou puritano. Sou uma das pessoas mais depravadas e indecentes que conheço. O que irrita mesmo é a desculpa pra mostrar a putaria. Eu não tenho preconceito com prostitutas, garotas de programa, atrizes pornô ou seja lá o que forem. O foda (com o perdão do trocadilho) é usarem isso como desculpa pra vender algo.

E, vamos lá: qual o interesse num filme da Bruna Surfistinha além disso? Uma garota que foi adotada, tinha tudo do bom e do melhor, e mesmo assim descambou pra prostituição. Caralho, eu li em algumas divulgações do filme que é um "conto de fadas moderno". Ahhhh, vamos parar com isso, né?

Eu conheço garotas que ralam todo dia pra conseguir sobreviver e nem por isso precisam se prostituir. Não critico o modo de vida das pessoas. Cada um é cada um e faz aquilo que quer. Mas querer pintar a Bruna Surfistinha como uma coitada, uma sofredora, é uma grande piada. Pelo que li nas críticas, o filme está cheio disso: de situações inventadas com o intuito de criar uma identificação entre o público e sua protagonista.

Moral da história: se for pra ver o filme por putaria, eu prefiro ficar com o meu bom e velho pornô gratuito da net (e existem muitos sites bons hoje em dia, hehe). Se for pra ver pela história em si, convenhamos: o que tem de interessante na vida de uma patricinha que virou puta?

Fim de papo!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tudo o que você podia ser


Eu sou completamente contra qualquer tipo de idolatria. Nunca vejo as pessoas acima de mim, não importa quem sejam. Não sou hipócrita: sei reconhecer o valor dos outros. Em termos de música, sei quando um cara é bom ou não, independente de gostar ou não do estilo dele. Mas o máximo que consigo é dizer "É, o cara é bom". Não vou ter orgasmos do tipo "Putaquepariu, o cara é muito foda, ahhhhhh".

Não consigo me ver "pagando pau" ou puxando o saco de alguém. Sim, eu sempre fui meio arrogante e egocêntrico. Da mesma maneira, não quero ser idolatrado por ninguém. Isso é uma das maiores burrices possíveis. No que outra pessoa é diferente da outra? São todos reles mortais.

Sim, ninguém é feito de matéria diferente. Enquanto você está lendo isso aqui, seu "ídolo" (se estiver vivo) está envolvido com um monte de afazeres comuns. E, muitas vezes, ele pode ser até pior do que você, em inúmeros sentidos. Então qual o sentido da idolatria?

Como músico, eu vejo outros artistas como figuras inspiradoras, se forem realmente notáveis. Tenho-os como guias para desenvolver algo próprio, da minha maneira, mas em momento algum eu consigo tomá-los como ídolos. É mais fácil eu pensar "Gostaria de ter escrito essa música" do que me descabelar por alguém.

O problema é que as pessoas costumam se projetar nos outros. As pessoas vêem um camarada na TV, a caixinha mágica que torna todos diferentes. Por exemplo, a imagem que vendem de alguém é que o cara é um puta roqueiro, ganha rios de dinheiro, come quem quiser, viaja pro mundo inteiro... e você pensa: "Ei, eu quero ser como ele".

Eu não quero ser como ninguém. Eu SOU alguém. E, sim, eu realmente me adoro mais do que tudo. Não há nada que ous outros façam que eu não consiga fazer, com um pouco de estudo e dedicação. Eu definitivamente não nasci pra me curvar e seguir alguém.

Minhas palavras podem soar arrogantes, mas o sentido não é esse. É no sentido de despertar, de fazer com que deixem de viver uma fantasia. Todo mundo pode ser aquilo que quiser, basta querer. Não consigo entender como as pessoas não acreditam em seu potencial.

Isso faz parte da "magia" das coisas. Fazer aquilo que tiver vontade não tem uma conotação ruim: não significa sair por aí desrespeitando os outros só porque quer. Fazer o que tiver vontade significa respeitar aquilo que VOCÊ é. Seguir os seus ideais, sem se curvar, acreditando nas coisas por mais esquisito que você seja.

As maiores pessoas da humanidade não se viam como "ídolos". Eram só pessoas esquisitas, que acreditavam em si e naquilo que faziam, sem seguir o que a sociedade impõe.

Tá aí a frase de um camarada que não me deixa mentir:

"Se ser um egomaníaco significa que eu acredito no que eu faço ou na minha arte ou música, então dessa maneira você pode me chamar disso... eu acredito no que faço e digo isso" (John Lennon)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Mudança ao alcance do dedo


As ondas de revoluções que ocorrem no Oriente Médio tiveram como estopim a internet. No Egito, por exemplo, o que começou de forma desorganizada alcançou seu ponto máximo quando Mubarak bloqueou todos os telefones e a internet. Foi aí que o tiro saiu pela culatra: o povo sem comunicação foi pra rua e o resto é história. Uma ditadura de 30 anos caiu em 18 dias.

A internet é a maior ferramente contra o autoritarismo. Li uma vez que é um dos meios mais socialistas que existe, por compartilhar quase tudo entre aqueles conectados. Eu tenho acesso à coisas que jamais imaginava e que jamais teria contato se não fosse pela internet (especialmente em termos artísticos).

Foi justamente isso que acabou, por exemplo, com a tirania das gravadoras. Antigamente, o músico tinha que cair nas graças de alguma gravadora e ficar sujeito à contratos abusivos. Ontem mesmo conversei com um amigo que relatava esses contratos absurdos e a tamanha incompetência daqueles que trabalham numa grande gravadora do país. Hoje, com a música independente, você só precisa de uma boa gravação e começar a divulgar o trabalho pela internet.

Quem arranca os cabelos com a pirataria na rede? Somente aqueles que lucram abusivamente com isso. Eu vivo num país em que o preço das coisas é absurdo. Veja quanto você paga por um livro, por um CD aqui, e quanto pagam lá fora. Eu pirateio as coisas mesmo: de que outra forma teria acesso à livros que jamais seriam publicados aqui? E o pior: quando são lançados, o preço é fora da realidade.

Como músico, eu não faço questão nenhuma de piratearem meu trabalho. O músico lucra com shows. Eu quero distribuir minhas canções de modo que fiquem na boca do povo. Quem tem que se preocupar com vendas de CDs são as gravadoras. As mesmas que passaram anos fodendo inúmeros artistas. Então, nada mais justo que elas sofram uma pequena revolução também...

A internet faz com que o povo não fique sujeito à ditadura da mídia. Ele não precisa se sujeitar aquilo que é imposto. Minha esperança é que essa mesma liberdade derrube todos os "pseudoartistas" que tentam nos empurrar goela abaixo. E, vendo como são criticados pela internet, é capaz que essa revolução não tarde a ganhar mais força.

Claro, só a internet não muda nada sozinha. Pra isso é preciso gente inteligente conectada, que consiga usufruir dessa troca de informações. Alguns dias, escrevi sobre como a internet deixa as pessoas mais burras. Por outro lado, ela, através das redes sociais, também é responsável por muitas coisas boas.

Só basta saber e querer usar isso da melhor maneira possível.

O futuro é nosso...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um trote é sempre um trote


Eu não sei se sou muito chato, mas simplesmente não vejo graça nenhuma nos trotes universitários. São atitutes extremamente cretinas, que não condizem com os profissionais que se formarão nos próximos anos. Mas, pra mim, o verdadeiro absurdo não é a realização do trote, mas alguém permitir ser zoado dessa maneira.

O trote é uma combinação de veteranos buscando auto-afirmação com calouros buscando aceitação, tudo isso numa grande desculpa pra encher a cara e agir de forma ainda mais estúpida que o normal. Ah, sim, e como falei, por pessoas que serão os futuros médicos, advogados, engenheiros e etc do país!

Por que as pessoas se sujeitam a este tipo de humilhação? Pra ser aceito num grupo? Pra provar camaradagem? Isso é algo que realmente não consigo entender.

Eu não precisei da aceitação de ninguém quando fiz faculdade. Passei pelo meu departamento, mas não participei de nada. E eu lá vou deixar algum miserável jogar tinta, ovo ou sei lá o que em mim? Ainda lembro que vi alguns idiotas amarrados numa corda, obedecendo "ordens" dos veteranos.

Amargo, eu? Não sei brincar? Não, não, eu só me valorizo mais do que tudo mesmo. E todo mundo deveria ser assim.

Nada disso combina comigo. Eu tenho um sério problema com "autoridade"... nunca deixei ninguém mandar eu fazer isso ou aquilo, ainda mais dessa maneira. E muito menos preciso que algum grupo me aceite. Sério, as pessoas não me fazem falta nenhuma, justamente porque são poucas que me despertam admiração.

Alguns dos "melhores momentos" do trote estudantil ao longo dos anos:

- Em 1980, Carlos Alberto de Souza, de 20 anos, calouro do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (SP), morreu de traumatismo cranioencefálico, resultante das agressões praticadas por estudantes veteranos.

- Em 1990, George Mattos, de 23 anos, calouro do curso de Direito da Fundação de Ensino Superior de Rio Verde (GO), morreu de uma parada cardíaca quando tentava fugir de veteranos que iam lhe aplicar um trote.

- Em 22 de fevereiro de 1999, o estudante Edison Tsung Chi Hsueh tornou-se conhecido quando foi vítima de trote com consequências fatais. Esse calouro de família chinesa, aprovado na Faculdade de Medicina da USP, faleceu nesta data, afogado em uma piscina.

- Em 10 de fevereiro de 2009, o calouro Bruno César Ferreira, de 21 anos ia começar o curso de veterinária da Faculdade Anhanguera, em Leme, interior de São Paulo. Além de ser obrigado a ingerir bebidas, e ter entrado em coma alcoólico, o calouro também teve de rolar em uma lona com animais mortos e fezes em decomposição. "Eles esfregaram na gente. Fizeram a gente rolar numa lona com aquilo e ingerir pinga", conta ele.

- Em 2009, o aluno Vitor Vicente de Macedo Silva, 22 anos, do Departamento de Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro morreu afogado numa piscina de saltos ornamentais (9 m de profundidade). Segundo se suspeita, ele teria sido forçado a entrar na piscina mesmo sem saber nadar.

- Em 2010, estudantes da Unicastelo, em Fernandópolis, foram obrigados a fumar, tirar as roupas íntimas, pedir dinheiro em semáforos e até beber álcool combustível. No mesmo período, na Escola Superior de Propaganda e Marketing, também em São Paulo, um estudante foi agredido, e teve ossos do nariz e do rosto quebrados.

Eu acredito que um trote é sempre um trote: não há porque classificá-lo como violentos ou não. A menos, claro, que algum idiota tenha tendências masoquistas e realmente goste de receber ordens ou ser zoado de alguma maneira em busca de aceitação.

É, eu sei... as pessoas são patéticas mesmo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O poder maligno do rock



Vendo as bobeiras habituais da net nos últimos dias, me deparei com uma comunidade de "ex-roqueiros" no orkut. Os poucos participantes presentes abandonaram o rock devido à religião. Claro, as pessoas podem ter qualquer motivo para gostar ou deixar de gostar de algo.

O que me chamou a atenção foi o comentário de um dos participantes que, de certa forma, é a maneira "poser" como algumas pessoas vêem o rock e que me deixa particularmente irritado.

Segundo ele, essa "parada do rock'n'roll" era muito legal: sair todo dia vestido "diferente" com pessoas "diferentes" (?), beber qualquer bebida, cigarros e falar palavrão. O participante se dizia estúpido, revoltado e depressivo, reclamando também do fato de todo mundo ficar com todo mundo.

Enfim, que diabos algumas dessas coisas "legais" fazem parte do rock'n'roll? Veja bem, eu não me visto de maneira diferente (claro, isso dependo do conceito de moda das pessoas...), sou abstêmio e não fumo. Falar palavrão eu falo naturalmente, dou um desconto aí. Estupidez, revolta e depressão são coisas inerente de boa parte da estúpida humanidade e, felizmente, não me incluo nesse nicho. Quanto à ficar com todo mundo, meu coração sempre foi muito expansivo...

Deixando as piadas de lado e as bitoladices religiosas, o que o camarada fala não fica muito longe da verdade justamente pela imagem estúpida que muitos "roqueiros" tem de si mesmo. Agora, qual a relação da música com o comportamento específico de cada um?

NENHUMA!!!

Sempre fui completamente contra rótulos. O mundo não está dividido em bem ou mal, como muitos crêem, muito menos em grupos. Cada ser humano é único, com suas qualidades e defeitos. Como você me rotula por gostar de rock, usar bata ou ter o cabelo comprido? Rotular alguém é o maior erro que pode existir.

Muitos "roqueiros" estão nessa pelas porralouquices descritas pelo camarada. Vidas fúteis e vazias, só de imagem. As pessoas vêem, por exemplo, as loucuras feitas por grandes astros do rock... só que tem um detalhe, crianças: antes de tudo, eles eram MÚSICOS! Eles estavam nessa pela música (diferente do que se vê hoje...). Nenhum deles pensou "Vou começar a tocar pra descolar prostitutas e destruir quartos de hotéis".

Então, não existe essa de associar um estilo musical com isso ou aquilo. Comentários como esse da comunidade mostram como as pessoas vivem somente de imagem. A imagem NÃO é tudo, meus amigos: ela pode ser divertida no começo, mas se você não é aquilo que passa (e muitos não são), o preço a ser cobrado é muito caro.

Como diria o sábio Keith Richards... ou você é "cool" ou não é.

Não há como simular. Fato.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

S.O.S. Rio


Hoje vou usar esse espaço para uma boa causa, caros amigos! Nesta sexta, sábado e domingo rola em Taubaté o S.O.S. Rio, um evento beneficente organizado para arrecadar mantimentos para as vítimas das tempestades que assolaram algumas cidades do Rio de Janeiro no mês de janeiro. Ele será realizado no Deck Music Bar, na estrada nova entre Taubaté e Tremembé.

A entrada custa 10 reais mais algum produto de arrecadação, que podem ser alimentos, água potável, roupas em bom estado de conservação, produtos de limpeza, produtos de higiene pessoal, medicamentos, ração para animais, cobertores, entre outros.

Ou seja, vamos colaborar pessoal! Além de contribuir pra uma boa causa, você terá o prazer de curtir as melhores bandas do Vale. Muita música de qualidade unida à solidariedade... não preciso dizer mais nada, né? Esse é o SEU programa pro final de semana! Me apresentarei acusticamente com meus irmãos no sábado, às 18h. Mais detalhes da programação no flyer.

Conto com a presença de todos!