
Uma das coisas que acho mais engraçado na música atual é como verdadeiras bombas conseguem ter algum destaque. Claro, talvez seja meu círculo social, mas a maioria das pessoas que encontro só metem o pau em coisas como Justin Bieber, Lady Gaga, Restart e qualquer outra porcaria musical atual. Ou talvez nem seja restrito à pessoas relacionadas: esses dias meu irmão contou que um taxista estava criticando o "Minha mãe não deixa não".
(Felizmente, eu não acompanho nada da atualidade... sei quando reclamam de algo, mas nem faço idéia de como é a música em questão. E, sinceramente, não faço a mínima questão de saber)
Bem, uma das atuais "bombas" da cena musical atende pelo nome de Rebecca Black, uma jovenzinha norte-americana que conseguiu um hit chamado "Friday", cançãozinha pop de refrão grudento, lapidada pelo auto-tune. É uma das criações da "produtora musical" Ark Music Factory. O fórmula do sucesso é simples: os produtores escolhem uma estrela bancada por "paitrocínio", escrevem uma música qualquer, produzem com o mais metálico auto-tune possível, criam um clipe em chroma key e voilá: está vivo o próximo webhit bizarro da atualidade:
(Detalhe: atentem para o nº de visualizações do vídeo!!)
Infelizmente para a garota, sua música virou uma chacota e o clipe já é considerado um dos piores do mundo (tava bom pro Marcos Mion zoar!). As críticas vão desde a já citada falta de talento vocal de Rebecca (porcamente trabalhado pelo auto-tune) até a letra sem pé nem cabeça. O clipe também é bizonho por si só.
Nisso tudo eu fico é com pena da garota. A criança não tem culpa de ter um sonho... e, agora, por falta de bom senso dos pais e oportunismo dos produtores, vira motivo de chacota. Apesar de tudo, ela só tem 13 anos e já sofre o cyberbullying: as pessoas não tem noção na hora de criticar, humilhar e tudo mais.
No fundo, o que há de pior nisso tudo? Por exemplo, eu não vejo diferença nenhuma entre Rebecca Black e as trocentas bombas que surgem atualmente. É muita hipocrisia criticar "Friday" enquanto Justin Bieber, Lady Gaga, Restart e um monte de outras porcarias criam lixo semelhante. Bosta por bosta, acho que foi só mais porcamente produzido, já que a Ark Music Factory conta com o já citado dinheiro dos pais, ao contrário da grana que é investida nas outras porcarias.
Moral da história: tudo esterco do mesmo saco. Deixem a garota se divertir, curtir os 15 segundos de fama, brincar de popstar e pronto. Eu costumo dizer que há dois tipos de música: a MÚSICA, de verdade, e aquilo que é só entretenimento. E nesse último você pode incluir o funk carioca, o axé, o pagode, o sertanejo... como digo, ninguém vai ouvir essas coisas esperando uma obra de arte, algo crítico, inteligente.
Hoje em dia a MÚSICA dá pra contar no dedo...
(Só espero que esse refrão não fique na minha cab... "Friday, Friday"... ops, tarde demais!!!)
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