segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tudo o que você podia ser


Eu sou completamente contra qualquer tipo de idolatria. Nunca vejo as pessoas acima de mim, não importa quem sejam. Não sou hipócrita: sei reconhecer o valor dos outros. Em termos de música, sei quando um cara é bom ou não, independente de gostar ou não do estilo dele. Mas o máximo que consigo é dizer "É, o cara é bom". Não vou ter orgasmos do tipo "Putaquepariu, o cara é muito foda, ahhhhhh".

Não consigo me ver "pagando pau" ou puxando o saco de alguém. Sim, eu sempre fui meio arrogante e egocêntrico. Da mesma maneira, não quero ser idolatrado por ninguém. Isso é uma das maiores burrices possíveis. No que outra pessoa é diferente da outra? São todos reles mortais.

Sim, ninguém é feito de matéria diferente. Enquanto você está lendo isso aqui, seu "ídolo" (se estiver vivo) está envolvido com um monte de afazeres comuns. E, muitas vezes, ele pode ser até pior do que você, em inúmeros sentidos. Então qual o sentido da idolatria?

Como músico, eu vejo outros artistas como figuras inspiradoras, se forem realmente notáveis. Tenho-os como guias para desenvolver algo próprio, da minha maneira, mas em momento algum eu consigo tomá-los como ídolos. É mais fácil eu pensar "Gostaria de ter escrito essa música" do que me descabelar por alguém.

O problema é que as pessoas costumam se projetar nos outros. As pessoas vêem um camarada na TV, a caixinha mágica que torna todos diferentes. Por exemplo, a imagem que vendem de alguém é que o cara é um puta roqueiro, ganha rios de dinheiro, come quem quiser, viaja pro mundo inteiro... e você pensa: "Ei, eu quero ser como ele".

Eu não quero ser como ninguém. Eu SOU alguém. E, sim, eu realmente me adoro mais do que tudo. Não há nada que ous outros façam que eu não consiga fazer, com um pouco de estudo e dedicação. Eu definitivamente não nasci pra me curvar e seguir alguém.

Minhas palavras podem soar arrogantes, mas o sentido não é esse. É no sentido de despertar, de fazer com que deixem de viver uma fantasia. Todo mundo pode ser aquilo que quiser, basta querer. Não consigo entender como as pessoas não acreditam em seu potencial.

Isso faz parte da "magia" das coisas. Fazer aquilo que tiver vontade não tem uma conotação ruim: não significa sair por aí desrespeitando os outros só porque quer. Fazer o que tiver vontade significa respeitar aquilo que VOCÊ é. Seguir os seus ideais, sem se curvar, acreditando nas coisas por mais esquisito que você seja.

As maiores pessoas da humanidade não se viam como "ídolos". Eram só pessoas esquisitas, que acreditavam em si e naquilo que faziam, sem seguir o que a sociedade impõe.

Tá aí a frase de um camarada que não me deixa mentir:

"Se ser um egomaníaco significa que eu acredito no que eu faço ou na minha arte ou música, então dessa maneira você pode me chamar disso... eu acredito no que faço e digo isso" (John Lennon)

Um comentário: